Caxias-MA 11/05/2025 00:57

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Jacinto Ferreira

Crônicas, Acontecimentos, Gente

Quem é a Mulher Negra?


É aquela que na escola era chamada de "Cabelo de Bombril", e acabou internalizando a psicose de que seu cabelo era do tipo "ruim".

É aquela que não se viu assemelhada nas bonecas, e nos desenhos e filmes nunca foi representada como princesa, ou mesmo, protagonista.

Que desde criança, já tinha como direção social, seu ideal de beleza erotizado, tal qual objeto, uma mercadoria.

É aquela que no Mercado de Trabalho, ocupa em maioria, cargos de menor escalão. E em qualquer que seja a ocupação, está sempre sub-assalariada, sub-vocalizada, relegada à um sistema patriarcal e sexista.

Mulher que quando se empodera, ao invés de conseguir apoio de outras mulheres, é vista como louca, desocupada, irresponsável.

Ela que é essencial no Carnaval, onde lá ela é destaque, mula, mulata, pejorativamente destinada à lascívia de todos, sendo descartada logo depois das festas de Momo.

Pois para o sistema, essa mulher parece não caber à frente das recepções de hotéis de luxo, nas gerências dos bancos, no protagonismo da TV, na política partidária, e bem longe ainda estar, do executivo das empresas.

Sendo consideravelmente nas ruas, o alvo principal de assédios e a mais vulnerável das mais variadas formas de violências.

Essa mulher que margeia o primeiro lugar da fila dos que sofrem discurso de ódio nas redes sociais.

Negra Mulher que percebeu deste cedo, que para "vencer na vida" precisava ser 2, 3, 4, 5 vezes melhor que pessoas não brancas.

E mesmo sendo, mesmo que nem precisasse buscar multiplicar seus talentos, habilidades e competências, escuta o "você não se encaixa em nosso perfil" recorrentemente e ver na mesma semana, a coleguinha de menor preparação, por ser branca, ou "padrão", ocupar a vaga que seria sua.

Mulher limpa, vítima de uma sociedade suja.

O que mostra que mesmo no ano 2022, o Poder deste mundo, ainda se mostra branco, hétero, e machista.

Mas que não precisa ser para sempre.

Por algum motivo, eu ainda teimo em querer acreditar nisso. Nessa mudança que anda à passos minguados, quase paralítica, presa, mas que, quem sabe, talvez um dia, se liberta.


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