Já conheceu uma pessoa que fica triste quando em uma prova ganha 9.5 pontos ao invés de 10? Pois eu já! Lembro da sua satisfação quando tirava 10 e da sua frustação ao tirar 9.5. É que ela vivia em uma luta sem fim de sempre vencer a si mesma, aficcionada na ideia de 'ser alguém na vida'.
[Como se já não o fosse].
Para 'ser alguém na vida', o capitalismo te obriga aos 17 anos de idade, vir à escolher de forma precisa e objetiva (como se desse), a profissão que o acompanhará até a aposentadoria.
Uma vez escolhida, a pressão familiar, dos amigos e claro de si, lhe obrigam a entrar em um reduto, em uma clausura: você passa a morar no cursinho preparatório, e quando em casa, se camufla no quarto, em meio a livros, estudos demasiados de 8h, 9h, 10h.
Tanta pressão, presenteia jovens tão jovens, com hipertensão, TOC, ansiedade e claro, stress.
Chega a ser cômico, mas é trágico!
Se passa a vida toda, na busca de ser o tal 'alguém na vida'. Que no fim das contas, é ter, é acumular dinheiro, patrimônios, tudo aquilo que não levaremos no caixão. Alguém pode dizer: "levou conhecimento!". Mas, não se engane, ser alguém na vida não é ser o mais inteligente, o mais intelectualizado. Não! Se fosse assim, meus amigos "miséraveis" financeiramente, porém tão admiráveis em inteligência, seriam recebidos com os olhos brilhando em qualquer lugar que chegassem (oh, sonho Jacinto, acorda!!!).
Ser alguém na vida é ser dono da sombra, mesmo que você não tenha mínimo tempo de estar debaixo dela. É ter o melhor celular, o carro mais cobiçado. É ostentar, mesmo que no fundo, tantos bens não lhe preencham e nem consigam dar-te razão para o que significa está vivo.
Não seja a pessoa que faz medicina e advocacia por salários e odeia o trabalho que faz. Prefira ser o cozinheiro que deixou a arquitetura, para viver o sonho de encontrar alegria no trabalho que tem. Adivinha qual dos dois é alguém na vida? Teimo dizer que seja o segundo, pois esse é verdadeiramente Feliz.
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