Quando era criança, achava que tinha mais amigos do que a conta dos dedos das mãos e pés.
O Tempo foi mostrando que não!
Quando adolescente, teimava em acreditar que tinha amigos tanto quanto a conta dos dedos das mãos.
O Tempo foi mostrando que não!
Agora jovem-adulto, aceito a amostragem do tempo e aceito também a ideia de que ter amigos não é de todo uma soma de pessoas, mas, uma multiplicação de várias coincidências mentais que satisfazem, independentemente, de quantos se tem, pois satisfaz-se às vezes em dois, três ou mesmo só em um verdadeiro amigo.
Coisa rara então, não?!
Daí as festas de crianças eram demasiadamente cheias de “amigos” e as conversas ao pé do ouvido, nunca existiram.
Daí as festas de adolescentes – separatistas – com cada qual em sua panelinha; e eu em cima do muro, pensando ser amigo de todos.
Pobre de mim, na verdade não era, de fato, amigo de ninguém, e nem ninguém meu amigo.
Hoje, sem tanto burburinho, sem tanto alarde, tem vezes em que até me espanto, como aquele Jacinto, mudou! Sem mãos, sem pés, sem conta.
Confidenciando mesmo: é que nunca fui bom de matemática, e arianamente me jogava em piscinas rasas.
Porventura, sempre acreditei em sorrisos, pois somente sorri quando quis, quando achei ser necessário. Sempre me doei ao que queria. Sempre abracei quando merecia. Sempre cultivei a essência e não a impressão.
Por perdas que foram na verdade livramentos, eu hoje me regozijo! Pela sapiência da vida em ter, ao seu modo, retirado impressões vazias e como presente ter feito permanecer dois ou três de essências completas, que me completam e satisfazem.
Felizes aos que ainda cultivam o valor da amizade! Tão raros quanto ela e tão dela merecedores.
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