A cidade, eu e nós
Em ti
mátria areia minha
filho de filha tua
sonho de cidadania
esboço de tua rua
futuro cômodo eterno
mutação de mim em ti
caráter já paterno
às filhas minhas e tuas
eu a prosseguir;
retratação de nossa continuidade a emergir.
Tempos
Falem-me sobre as veredas claras dos horizontes infinitos
aos olhos sem luz a insidiarem o seguir da razão
talvez,
- carente –
acreditarei nos sonhos dos velhos
vividos pela embriaguez dos destinos ocultos aos novos
e na sabedoria de caminhar
embora,
- crente –
tornar-me-ei um bêbado de mentiras
a cuspir a ressaca das verdades
e vomitando o pão podre do passado
portanto,
beberei o vinho de fogo, futuramente.
Pão
Saciar a matéria para o continuísmo do espírito...
aleluia! à colheita.
Sócio-elitismo
A razão à flor vermelha, livre, igualitária e memorável,
tornou-se ávida a emergir no oceano humano
pela liquida vida em mesma cor.
o individuo à ideia colorida, ilusória, parca e infiel
insidiou-se alado no sentido diferenciado
qual séptico jardim em poda da existência.
Nossa fotografia
Aglutino minhas letras às tuas palavras
construindo, esteticamente, o poema de tua forma:
pura, singular e bela.
os versos do teu corpo
descrevem a perfeição do meu desejo
retratando, euforicamente, a luz da minha observação:
calada, íntima e agradecida.
Retalhar a transformação
Além da viagem
quando a carne, o sangue e o osso
não mais acasalarem o espírito
- aladamente –
esse réu de fé
tornar-se-á um vendaval na partida,
para dessa desencarnação,
fazer-se história de um vôo á eternidade.
Eu algum
Tudo o que sou está morto num desejo inanimado
e sem vontade horizontal.
..., e
tudo o que serei estará contido em forma transparente
ao lado avesso do invisível.
Adeus
Perdoa-me se não permaneço,
o amor tange a coragem de ser teu.
liberta-me se não peco.
um álibi iça-se à procura de quem serei.
Pródiga
Indo à fuga do amor tu foste morrendo em nós
realmente, em tua volta,
encontrarás tua ausência necessária vivendo em mim.
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