Caxias-MA 06/07/2025 23:51

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Wybson Carvalho

Recanto do Poeta

Poemas em retratos meu e de meu habitat sócio-comunitário feitos de letras à poesia


Pedaços de um eu algum

Há no meu eu o pulsar de um desejo
e no qual há, ainda, o quê, agora, almejo;
que o fim do somatório da minha dor
não interrompa os gritos do clamor;
face a um pedaço ser bem emudecido em mim,
e o meu outro resto é ouvido, mas ruim...

A sinfonia que me invade desde o nada
é bem-vinda, ainda que quase desafinada;
e eu a quero para sempre almejada
ainda que pouco executada;
face a um pedaço inaudível ser ilusão,
e o meu outro resto não, mas real solidão...

E os versos que, agora, eu escrevo
que não sejam lidos e cantados com desvelo;
mas, como a unicidade do momento
de um poeta imerso em seu eterno tormento;
face a um pedaço ser calado em mim,
mas o meu outro resto é ensurdecedor e ruim!

Um sobrevivente à síndrome “Stevens Johson”

Houve um incêndio afótico dentro de mim.
em trevas e sob a cremação da carne putrefada
emergiu o emudecido veneno
qual direito da alma acasalar-se,
puramente, em si,
e sob correção ao estrago
da cicatriz na natureza humano-espiritual.

Porém,

Haverá nova folhagem
ao homem salvo pela Divindade Criadora
que purificou e lapidou
o bruto complexo psicofísico da criatura.

Então,

A vida torna-se um fiel canto para o encanto de renascer...

Canção ao Exílio

Em minha terra havia palmeiras e o canto dos sabiás.
nela, exalava o perfume dos jardins urbanos.
dela, ouvia-se a linguagem singela do cotidiano.
com a minha cidade crescia a romântica dos poetas...

A inimizade humana passava por sobre ela
em eólica turbulência rumo às outras plagas,
para derramar-se noutros cenários de ganância existencial.

À minha terra, na infância, ouviam-se sinfonias sabianas
nas manhãs iniciais de um futuro já desenhado ao abandono.
e, agora, quais árvores darão abrigo a outros pássaros canoros
para entoarem um canto de saudade?

Personagens

Sou espinho entre rosas
que são belezas no jardim;
abrigo ao pontiagudo perigo
em iminência continua de ferir...

Sou veleiro errante num mar de calmarias
atracado em porto plácido;
mas, sob pesadelos de ventanias
e ressacas possíveis...

Sou foco que somente resplandece
sob a luz de estrela única;
advinda de céu cinzento
que só se enche de nuvens turvas...

Sou barulho que a se próprio ensurdece;
rendendo-se em sangue esvaído;
às quedas da moldura de carne
que ao álcool retornará...

Sou travessia destinada às mágoas
de mesmice acumulada;
quanto mais existida
mais e mais se embriaga...

Sou vasta tempestade negra
em íntima violência diária;
está sempre desvirginando
a singela despedida ao velório da solidão...

Sou mendigo pedindo permissão
à entrada da morada humana;
não pródigo sem rua para retornar
ao seu abandono...
perdão!

Cachos de flores
(Ode a Caxias)

Quem amou, verdadeiramente, te chamou de princesa
e quando quiseram arrancar de ti o sumo nobre...
não aceitou beber o cálice com teu sangue

quem ama, fielmente, te chama de lírica poesia
e quando querem declamar de ti o poema nativo...
atenta para ouvir os versos brancos do teu véu

quem nunca amará, em verdade,
te trairá sob cunho promíscuo...
e quando quiserem usufruir de ti
a beleza em ônus mercenário...
ofertará a plebe de teu reino
e te deixará órfã de viva natureza...


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