Caxias-MA 07/07/2025 05:25

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Wybson Carvalho

Recanto do Poeta

Mais um ano de encantamento do poeta Déo Silva


Déo Silva, o poeta vanguardista

No domingo, 27 de setembro, o nosso mais vanguardista bem humano-cultural na criação poética da literatura caxiense, Déo Silva, completara 37 anos de encantamento... haja vista que os poetas não morrem; eles se encantam!

O poeta de vanguarda

Raymundo Nonato da Silva, conhecido nos meios literários pelo pseudônimo de Déo Silva, nasceu em Caxias a 15 de agosto de 1937 e era filho de Jefferson Antônio da Silva e de Araçy Carneiro da Silva. Seus estudos se iniciaram com o curso primário, concluído no Grupo Escolar Gonçalves Dias em Caxias-Maranhão. O curso ginasial, iniciado no Colégio Caxiense não chegou a concluí-lo.

Autodidata, tinha um verdadeiro fascínio pela Gramática e possuía um estilo incomum quando escrevia. Militou nos primórdios de sua carreira literária, como jornalista, integrando o corpo redacional dos principais jornais de São Luis, entre os anos 1953 e 1954. Foi redator-chefe do Suplemento Literário do "Diário da manhã" de 1957 a 1959. Atuou como locutor-redator, nas rádios: Ribamar, Timbira e Difusora em São Luis entre 1953 a 1958.

Lançou seu primeiro livro: " NGULO NOTURNO" (prosa e poesias em 1959, obra que, de certo modo, revolucionou as letras maranhenses, inclusive por apresentar experiências gráfico-jornais. Fez parte, ao lado de Bandeira Tribuzzi, Ferreira Gullar, Nauro Machado e José Chagas, do Movimento Concretista, que se esboçou no Maranhão, imprimindo a força e vigor do seu talento.

Ao tempo em que era chefe regional da Carteira de Crédito Agrícola e industrial do Banco do Brasil S/A (CREAI), divulgou, através da imprensa, um trabalho de pesquisa sócio-econômico pertinente à cidade de Pinheiro, na baixada maranhense, tendo com resultado uma alteração substancial e proveitosa na vida creditícia e produtora daquela região. Em 1970 se ausentou do Maranhão durante seis anos. Em Manaus, vinculado ao Clube da Madrugada, órgão que congrega os escritores daquela região, publicou, através da imprensa, vários artigos e poemas que obtiveram grande receptividade.

Participou, em 1973, da Primeira mostra de Arte Concreta Brasileira, realizada em Fortaleza-Ceará. Representando o Estado do Maranhão, apresentou, ao ensejo, o produto de suas pesquisas estéticas, veiculadas após pela imprensa alencarina. Participaram nesse conclave autores de nome nacional como Décio Pignatari, Goebel Weyne e outros.

Em 30/10/1977, recebeu do "Clube Recreativo Caxiense", o diploma de poeta-filósofo. Em 31/07/1978 recebeu, em Teresina, o certificado de "Homem de Ouro", de preferência pública, pela sua atuação literária durante aquele ano. Em 30/07/1979, indicado pela Presidência da extinta, Fundação Cultural do Maranhão, de quem era Assessor, participou, com destaque, do "Seminário como Núcleo de Altos Estudos Amazônicos", promovido pela Universidade Federal do Maranhão.

Conhecedor da região amazônica , onde fez diversificadas pesquisas, lá assistiu, na tribo dos Ticunas, à festa da "Menina Moça". Naquela ocasião, o Cacique deu-lhe, de presente, um colar (trabalho artesanal) contendo as mais importantes aves e répteis da região, feitos de tucum. Em 1980 foi publicado seu segundo livro "EQUAÇÃO DO VERBO" (prosa e poesia), obra premiada através do plano Editorial - 80, FUNC/SIOGE.

Figura, com certo mérito, em vários livros de crítica. O respeitável escritor brasileiro Walmir Ayala , atravésdo Jornal do Brasil (Rio) assim se expressou relativamente à poesia de DÉO: "labiríntico exercício de ser uma certa melancolia, tendendo à poesia pura".

Suas atividades no Banco do Brasil nos Estados do Maranhão (Caxias e Pinheiro), Pará ((Marabá), Amazonas (Tefé) e São Paulo (Jaboticabal), foram marcadas pelo seu talento criativo e renovador. Foi chefe de Gabinete da Prefeitura Municipal de Caxias (1977-1978). Assessor da Provedoria do Hospital "Miron Pedreira" em Caxias de 1976 à 1978. Exerceu o cargo em Comissão de Assessor Cultural do Departamento de Assuntos Culturais da Fundação Cultural do Maranhão.

Déo faleceu a 27 de setembro de 1983, quando se deslocava de Caxias para São Luis. Ele sempre dizia que era quase semelhante àquela cidade... “ Ela, a cidade, cercada de águas por todos os lados... Ele, o poeta, rodeado de ilusões por toda a vida...” D.S.

Obras Inéditas:

1. "NUVENS DO FANTÁSTICO" (estórias e lendas);
2. "HISTÓRIA DAS IGREJAS DE CAXIAS";
3. "GRANDEZA E MISTÉRIO DO AMAZONAS" (prosa);
4. "ESCADA DE BETEL" (poesia);
5. "DJÉBEL" (poesia);
6. "COISA DAS COISAS" (poesia);
7. "PACTO E IMPACTO";
8. "O MARANHÃO E A GRAMÁTICA", (estudo crítico).

Dois poemas de Déo Silva:

Fotografia

Eis minha angústia
perto da manhã,
a crescer, como um arbusto, na planície vã...

Noite Ludovicense

São Luis, um beco escuro, um ladrão e eu:
Ele - Mãos ao alto... a bolsa ou a vida?
Eu - Consulte-as, ambas estão vazias.


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