Autotolerante
Não busco empatia
e ofereço minha antipatia
a outras pessoas...
mas, autêntico...!
convivo sob harmonia
à minha insignificância
a outras pessoas...
mas, resignado...!
Ser e estar
... a ausência permite saudade, mas nunca o esquecimento.
...por mais distante que você esteja, sempre estará no meu pensamento...!
Último poema
Minhas palavras têm asas
e voam à distância de mim
E me deixam sozinho,
alheio a minha vontade...
Vão para um destino incerto
levando muito do meu eu...
Retratam tudo o que sou
e todo sentimento enfim...
E, agora, teimam decisivas,
e vão sem um adeus ao fim!
Canto ao exílio
ode à Caxias
Em minha cidade havia palmeiras e canto de sabiás
nela, exalava o perfume dos jardins urbanos...
dela, se ouvia a linguagem singela do cotidiano...
Com a minha cidade crescia a romântica pregação dos poetas...
A inimizade humana passava em nuvens
sob eólica turbulência rumo a outras plagas, para se derramar noutros cenários prenhes de social ganância!
a ela, em minha infância, ouvi sinfonias nas horas iniciais de um futuro desenhado com cores de abandono....
Agora, que árvore dará abrigo a outros pássaros canoros, para entoarem um canto de saudade?
mas,
sou um kármico pertencimento humano a ti torrão exilado...
Quero para sempre te pertencer:
qual grão de areia no teu chão sob um sol cáustico,
qual barro escondido nas paredes da construção de tua eternidade...
A ti; eis o que sou...
em ti; eis onde estou...
E quando a minha matéria inválida tombar obediente à natureza cumprida
e imergir no teu barro…
Estórias de liberdade
serão tecidas sobre o ser
que não mais está cíclico ao meio…
pois,
livre é o ser sem estar
e sido em sendo o verbo,
ainda...!
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