Poesia à luz
Escrevi-te e transportei-te à ética
do pensamento ao branco papel
eis, pois, a alma poética
sob expulsão do útero verbal
à existência constituída
em eterno livro memorial!
Tua carne
Eis, a densa porção avermelhada
em 1/3 da tríplice matéria
na qual tua alma está acasalada
e imersa na vermelha vida em sangue!
Destinação
O azul oxigênio é ilusão óptica
à cor do firmamento
também, momentaneamente,
às nuvens turvas e carregadas de água
a se derramarem inútil ao cáustico calor
da terra sob iminência constante
à metamorfose numa bola de fogo
a fauna e flora da própria humanidade!
Corpo ao ataúde
Eis, ainda, sobre mim
o perfume das flores
tal qual cobertor a um corpo inerte
fugido da vida e seus odores...
haverá, pois, nele e dele
- em fuga –
um espírito e o pós, aqui jaz, sem aroma
e a fétida putrefação
para a faminta metamorfose:
iguaria em tudo à alimentação do barro!
Sumiço
Abandonado com tal desprezo
e deixado sem vigília alguma...,
que de si próprio e aos outros
foi desapercebido e despercebido
de existência nenhuma
por ele e por todos!
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