Caxias-MA 02/08/2025 00:52

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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Os próximos capítulos


Era para ser apenas mais uma sessão legislativa de encerramento do semestre, a fim de que nossa vereança possa gozar de um merecido recesso, para recuperar as forças para um segundo semestre que prenuncia ser repleto de fatos políticos. Afinal de contas, 2026 já está às portas, e será mais um período político repleto de engendrações diversas, uma vez que o próximo ano será um ano eleitoral pesado, quando os brasileiros escolherão nas urnas eletrônicas os próximos presidente da república, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais.
 
Pois bem, vem a sessão da última segunda-feira, 14, e a primeira surpresa foi constatar que a mesa diretora não estava presente com seus principais representantes. Na mesma sessão, faltavam o presidente da casa, vereador Ricardo Rodrigues (PT), e o primeiro vice-presidente, vereador Mário Assunção (PP). A ausência dos dois foi notada pelos espectadores do plenário, bem como pelos seguidores das redes sociais, um fato incomum, considerando-se a quantidade de reuniões da Câmara Municipal de Caxias (CMC), nesses primeiros sete meses do ano, às quais foram raras as ausências dos dois. Presidiu a sessão o segundo vice-presidente, vereador Thyago Vilanova (DC), por sinal com boa desenvoltura, levando-se em conta que é um político caxiense em segundo mandato.
 
A reunião foi uma espécie de limpeza na pauta de trabalhos legislativos do primeiro semestre; mas, diferentemente de outras reuniões nas quais o rito dos trabalhos, quando muito, acabava na apreciação da ordem do dia, momento de votação de proposições apresentadas em sessões anteriores, a de segunda-feira extrapolou para o grande expediente, com três vereadores fazendo uso da tribuna pelo tempo de 15 minutos com direito a apartes dos colegas. No pequeno expediente, minutos antes, haviam se manifestado os vereadores Fernando Amorim (PMB), Dr. Eugênio Freitas (AGIR), Gilberto e Wesley Coutinho (PDT), este último para dizer de um projeto de lei da sua autoria propondo determinado número apartamentos a pessoas com mais de 60 anos de idade que vivem em condições especiais, no conglomerado de 300 apartamentos que está sendo construído pelo poder público no Conjunto Residencial Vila Paraíso.
 
Matérias aprovadas sem maiores destaques, vem o grande expediente, e o primeiro a assomar a tribuna foi o vereador Leonardo Barata (PP), para se expressar como líder do governo, e falar sobre os últimos andamentos do trabalho de assentamento do aterro sanitário da cidade, que está sendo construído à margem da Br-316. Uma obra que, convenhamos, parece padecer da influência negativa de uma cabeça de burro enterrada na área, como admitem pessoas norteadas pelo imaginário fantasioso de ações ligadas ao ocultismo, como se diz por aqui, ao considerar-se que algo está demorando acontecer.
 
O vereador Daniel Barros (PRD) aproveitou o ensejo e discorreu sobre a viagem recente que fez à Rússia e à Criméia, onde, na companhia de empresários ligados à área de fertilizantes, foi conhecer os grandes produtores desses insumos que são muitos importantes para as atividades do agronegócio brasileiro. O vereador se tornou, assim, uma espécie de porta-voz dessa associação que, segundo ele, se vier a ser implementada em Caxias, será capaz de oferecer inúmeras oportunidades de trabalho na região, coisa que evidentemente está faltando nesses rincões do leste maranhense. Para observadores, o sucesso de tal empreendimento dará oportunidade a Daniel para disputar facilmente uma vaga na Câmara dos Deputados, ano que vem.
 
A jóia de pronunciamento da noite, porém, coube ao vereador decano da casa, Catulé (PL), que enveredou por uma seara diferente dos demais na noite, chamando a atenção para os últimos fatos colhidos no contexto da esfera judicial. Catulé, enfatizando que Caxias vivencia situação de escracho e de abandono, ao ponto de facções criminosas aliadas estarem em pé de guerra umas contras as outras, anunciou em seguida que uma juíza federal de Timon, para suprir lacuna deixada por juízes locais que se julgaram impedidos, assumiu os processos em que a polícia federal identificou fraude eleitoral nas últimas eleições caxienses. O anúncio foi bombástico e deixou o plenário em total silêncio; e mais, ainda, quando o vereador deixou claro, sem citar nome, que um colega de legislatura está envolvido no que considera um dos maiores escândalos da história política do Maranhão.
 
À essa altura do pronunciamento, espectadores ficaram a matutar sobre as ausências sentidas na sessão, e a conjecturar sobre o envolvimento da CMC na fraude eleitoral. Ainda não se conhece o ritmo do trabalho desenvolvido pela juíza federal de Timon, mas, por aqui, agora procura-se saber quem verdadeiramente se deu bem com a ação de compra de votos na última eleição do município. E as aleivosias surgem em todos os terrenos, a começar por cargos na mesa diretora e até na próxima composição da casa em 2027. Agora, é aguardar os próximos capítulos dessa novela pesada que tira o sono de muita gente, mas sobretudo paira sobre a cabeça de muitos figurões de Caxias.


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