Muito se pergunta qual o lugar e o espaço dos artistas. Diz-se lugar físico e também não físico. O Concreto e o abstrato, mas sempre habitado. Podemos também nomear como residência, território, ambiente, escritório ou simplesmente casa. Esse é o problema: a Cultura está ao relento.
Onde a Arte e a Cultura se situam? Onde se endereçam? Em qual parte da cidade encontrá-las mesmo sem seus autores do lado? Em uma cidade onde se mais derruba que tomba, deve-se ater em defender o patrimônio público, e a forma legal e o jeito certo de fazê-lo é ocupando-o.
Os teatros ainda murmuram como fantasmas ecoando desde muito os gritos dos aplausos e das promessas. O palco ainda jaz sob o véu de penumbra do último fechar de cortinas. O recinto está esquelético, servindo aos vermes, como uma tumba, uma câmara de gás, um pedaço da história querendo a todo custo do tempo ser resgatado da escuridão.
Os cinemas de rua entraram em extinção. Ninguém sabe dizer onde foram enterrados. As galerias então, nem se falam, nunca existiram. São sonhos, são desejos e existem vividamente em muitas mentes e em vários corações. No entanto, restam apenas as cinzas e poeiras de seus escombros inexistentes. A Arte vira pó. A Cultura se dissolve no ar. Qual o sentido e seu valor? Pois o seu preço sabemos.
Quando serão reais as Escolas, Universidades e Faculdades de estudos e práticas das variadas camadas das Artes e suas ramificações? Cadê os memoriais, as academias, bibliotecas e salas de leitura em bairros, Galpões Culturais, os Museus e Galerias de Artes Plásticas e Visuais?
O imaterial é aquilo que se perdeu. O material é aquilo que queremos resgatar. Estamos sempre em luta e combate constante contra o apagamento e o silêncio de nossas presenças. A Arte é feita e se encontra na rua, mas necessita de abrigo, pois precisa ter propriedade para se constituir localidade.
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