Vida de nordestino é assim
Acordo cedo, de madrugada
Tomo café com cuscuz de milho
Pego o machado e a enxada
As vezes levo a mulher e os filhos
Não posso esquecer a foice e o facão
Pois é do arar desse chão que vem
Meu sustento, o meu pão !
Aqui o descanso é pouco
Pois tenho sangue caboclo
Mas a gente é feliz
Até tomo banho no rio!
Lá pra outras bandas, a terra é seca ...
Mandacarú é a cerca
O compadre, já está quase sem esperança
Pra lá o vento é forte, quando sopra
Levanta a poeira branca
Cacimbão secou.
Jeca tatu, cavou, cavou…
Até que deu umidade, água barrenta minou…
De tempo em tempo, aparece um povo aqui
Promete que vai melhorar, até que a gente acredita!
Mas das tantas promessas dita...
De vez em quando surge um carro pipa!
Zézinho largou a vida daqui!
E foi pras bandas do Sudeste
Deixou a vida hodierna, e o calor do Nordeste.
Como ele não estudou, semana passada voltou
Veio um caminhão e uma van
E um Homem falante dizia:
“Zezinho, fala pro povo!”
Em meio às lágrimas, e com voz embaraçada
Zezinho falava:
“Minha gente!
Deixei a Cidade moderna
E aqui estou;
‘De volta pra minha terra !”
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