A gente tem um nó na garganta: e no limite da fita, a gente sabe que a fila não anda.
A gente tem um nó na garganta; se a lei não obedece, quando falta merenda na creche.
A gente tem um nó na garganta; e aí a gente geme de medo, pois nesta via fraturei as cabeças dos dedos.
A gente tem um nó na garganta, se à noite não vejo nem eu! Pois aquela rua toda é um breu.
A gente tem um nó na garganta, se por via das dúvidas, o conteúdo do produto, é coca ou fanta?
A gente tem um nó na garganta! E não se sabe ao certo, se a ostensiva é da polícia ou da milícia?
A gente tem um nó na garganta! Se há décadas a ponte balança, porque só agora às buscas; quando já não há esperança (?)
A gente tem um nó na garganta; então porque colhe-se os impostos, e com a dor da gente ninguém se importa (?)
A gente tem um nó na garganta, pois no hospital não há leito, e eu paciente (?) Como travesseiro, o chão eu aceito.
A gente tem um nó na garganta! Se dos afortunados o pobre é o estrado, e para as massas, só lhes causam estragos.
A gente tem um nó na garganta! E por mil vezes a gente até se pergunta, porque o educador apanhou?
A gente tem um nó na garganta! Porque a bala foi perdida, se a um corpo encontrou? E a este, a vida ceifou.
A gente tem um nó na garganta! Mas ainda há esperança, que no soltar das amarras, ainda hão escutar o nosso grito contido.
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