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João Lopes

Diário da Princesa

Caxias presente simultaneamente na história dos dois maiores símbolos da nação brasileira


A Bandeira brasileira em Brasília (DF)
 
Na semana passada, exatamente no dia 19 de novembro, se comemorou o Dia da Bandeira Brasileira. Em alusão à data, o jornalista e escritor Edmilson Sanshes lembra que "a cidade maranhense de Caxias é provavelmente a única a estar presente simultaneamente na história dos dois maiores símbolos da nossa Nação -- a Bandeira e o Hino".
 
A bandeira é uma criação do filósofo e matemático caxiense Raimundo Teixeira Mendes (1855—1927). Seu dia, 19 de novembro, é a data em que, em 1889, quatro dias após a Proclamação da República, Teixeira Mendes entregou ao marechal Deodoro da Fonseca o desenho que o maranhense voluntariamente criou. Durante quatro dias, de 15 a 19 de novembro, a bandeira brasileira era uma “cópia servil” da bandeira dos Estados Unidos pintada de verde e amarelo (no lugar do vermelho e branco americanos).
 
A bandeira que vigorou no Brasil por quatro dias, de 15 a 18 de novembro de 1889
 
Na bandeira brasileira, até a frase “Ordem e Progresso”, extraída por Teixeira Mendes da obra do filósofo francês Auguste Comte, pode ser creditada ao poeta caxiense Gonçalves Dias, que a escreveu e a descreveu em sua obra “Meditação”, de 1846, enquanto o livro “Système de Politique Positive”, de Comte, é de 1852. Trato extensamente desse assunto em meu texto “’Ordem e Progresso’ -- Um Lema Caxiense?”.
 
Se o Maranhão e Caxias estão presentes na Bandeira do Brasil, com o desenho e, quiçá, com o lema, também é dupla a participação maranhense-caxiense no Hino Nacional: os trechos de versos da “Canção do Exílio”, do caxiense Gonçalves Dias, na letra do Hino (“nossos bosques têm mais vida” e “nossa vida [em teu seio] mais amores”) e a proposição legal de o Hino Brasileiro ter uma letra (pois antes era só melodia). Esta proposição foi do escritor caxiense Coelho Netto, quando deputado federal, no Rio de Janeiro (antiga capital da república). Coelho Netto, que era deputado federal e desde 1906 defendia uma letra para o Hino brasileiro, apresentou duas emendas sobre o assunto, em 1909 e 1910, que foram rejeitadas, mas, em 1922, no centenário da Independência, o Congresso Nacional, por pressão do presidente Epitácio Pessoa, finalmente aprovou uma letra para o Hino, de autoria de Osório Duque-Estrada. Coelho Netto escreveu, em 1909: “— Esse hino tem sido companheiro das nossas glórias e vicissitudes e precisa ser cantado por todos os filhos deste grande país. É um hino que canta, mas não fala. É preciso que fale, que saiba traduzir a beleza das nossas mulheres, a pureza do nosso céu, o ruído das nossas cascatas e a impetuosidade do nosso amor”.
 
A BANDEIRA BRASILEIRA
 
Nos mais diversos lugares e localidades deste país, seja em um submarino brasileiro no fundo do mar, seja no Pico da Neblina, no mais rarefeito ar, está tremulando especialmente a Bandeira do Brasil – criação de um caxiense, Raimundo Teixeira Mendes. 
 
Desde 19 de novembro de 1889, após a proclamação da República, a bandeira que estamos vendo agora é a mesma que vem presidindo e testemunhando, do mais alto ponto, o correr dos acontecimentos em nosso território.
 
Cada símbolo nacional tem a sua função, o seu valor. Mas nem o selo, nem o sinete, nem mesmo o brasão das armas nacionais têm estado tão presente nos olhos e na alma do povo brasileiro quanto a sua bandeira.
 
A bandeira é o hino em tecido: basta vê-la nos grandes momentos para sentirmos aquela mesma comoção sadia, a mesma emoção positiva de orgulho cívico, de cidadania gloriosa.
 
É assim ao vibrarmos com o esportista vitorioso que empunha, mesmo sem mastro, o quadrilátero verde-amarelo.
 
É assim ao nos comovermos com a bandeira enorme sob a qual desfilam anônimas pessoas do povo nas passeatas.
 
É assim quando a vemos empunhada por braços firmes e passadas fortes dos estudantes e dos soldados nos desfiles de 7 de setembro.
 
A Bandeira Brasileira não deve ser um objeto com datas certas para acontecer, aparecer. Ela deve estar mais presente no dia-a-dia. Na Capital do País, Brasília, pessoas da iniciativa privada mantêm um movimento cívico para ter-se e manter-se a Bandeira Brasileira frente aos prédios de suas empresas. Não se trata de ufanismo piegas, mas de orgulho de ser cidadão e de pertencer a esta Nação.
 
A bandeira é isso: aquela que se eleva no simbolismo da luta; aquela que se declina no momento de luto.
 
Seja no calor da batalha ou na frieza da mortalha, a bandeira, a meio mastro ou no alto, ensina que não nos devemos baixar, derrotados ou derrotistas. Devemos, sim, abrir os olhos e firmar a visão, num gesto de determinação e de superação que “aos fortes e aos bravos só pode exaltar”.
 
E pelo pouco tempo de existência de nosso país, ter conseguido o destaque que nós temos no concerto das nações significa que esta também é uma terra de bravos.
 
Viva a bandeira brasileira! Tenha-a sempre à mão. Agite-a: ela espanta os insetos da anticidadania. Use-a: ela é um tônico contra a falta — ou a fraqueza — de civismo.
 
Que a mensagem de “Ordem e Progresso” de nossa bandeira continue a balizar o caminho pelo qual todos nós, governantes e governados, empregadores e empregados, devemos trilhar. Que a ordem, aqui, signifique não só disciplina e disposição, mas também boa administração das coisas e das causas públicas. E que o progresso seja, por sua vez, sinônimo de justiça social.
 
Que as cores da bandeira adquira outros tons. Que o verde, além do simbolismo das matas, seja o da esperança realizadora daqueles que não se acomodam.
 
Que o amarelo não represente apenas a fartura do nosso ouro, mas a riqueza da cultura do nosso povo.
 
Que o azul não se limite ao limite das nossas vistas, que é o céu; mas se amplie por uma visão além dele, que é o espírito.
 
E o branco, que este não simbolize apenas a paz que é a ausência de guerra, mas a paz de consciência ante as muitas guerras que temos de vencer para reabilitar a maior parte do nosso povo e fortalecer, assim, a própria cidadania, a própria nacionalidade, o próprio País.


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