"Quatro estações se sucedem no decurso do ano; quatro estações tem o homem na vida;
tem ele sua primavera ardente, quando a fantasia absorve toda a beleza com facilidade;
tem seu verão quando, voluptuosamente,
rumina os doces pensamentos juvenis da primavera, e, assim, sonhando alto, aproxima-se do céu; grutas quietas tem a alma em seu outono, quando as asas ele fecha, satisfeito e indolente em contemplar as brumas, deixando as coisas belas passarem imperturbadas como um riacho veloz...
tem também seu inverno, desfigurado e pálido, sem o qual se veria privado de sua natureza mortal..."
“O que é o homem na natureza?
- um nada, se comparado ao infinito: um tudo, se comparado ao nada; um meio entre nada e tudo...
infinitamente afastado da compreensão dos extremos, o fim das coisas e seu princípio estão para ele, invisivelmente, escondidos num segredo impenetrável, igualmente incapaz de ver o nada de onde é tirado e o infinito pelo qual é absorvido..."
"um oceano particular..."
nada, nada, pois tudo é um nado em nada a transbordar pelas bordas de um mundo inacessível às nossas mãos na água: para bebê-la ou para ateavessá-la, não temos boca e nem mais os braços... nada, nadador, nada como um náufrago...!
Nauro Machado
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