Wybson José Pereira Carvalho é de Caxias, nascido em 30 de junho de 1958. Funcionário público municipal nas áreas da imprensa e cultura em sua terra natal, desde 1986. Comunicólogo, com habilitação em Relações Públicas pela Universidade de Pernambuco. É jornalista colaborador em diversos periódicos regionais. Wybson Carvalho é poeta com vários livros publicados, dentre os quais: Neófitos da Terra, Eu Algum, Iguaria Real, Eu Algum na Iguaria Real, Inferno Existencial, Ambiência da Alma, Personagem, Poesia Reunida (Coletânea – poemas – 4 edições), Necrópolis, Oceanos não Pacíficos, Nauroemcidade, Há Pedras e Poesia no meu Habitat e Antologia Poética.
1. Paulo Rodrigues – Poeta Wybson Carvalho, Salgado Maranhão repete que você é o grande cantor da nossa Caxias na atualidade. Caxias é um tema central na sua poética?
Wybson Carvalho – Não só Caxias, mas meus conterrâneos, seus saberes e fazeres e, principalmente, suas influências à criação nas linguagens artístico-culturais, dentre as quais, a literatura. Um homem é o local de sua origem e o sentimento de todas as outras criaturas à sua semelhança!
2. Paulo Rodrigues – Há angústia e drama na sua poesia. Você se considera um poeta pessimista?
Wybson Carvalho – Talvez, sim. Ou talvez, não. Penso que há, também, na minha poesia uma coragem de extrapolar o meu interior, um grito emudecido pela minha alma em face ao que o meu sentimento consegue recuperar do humano. Meu eu poético é obrigado a absorver tudo que está na superfície do humano e transformá-lo em poesia, em linguagem.
3. Paulo Rodrigues – Poeta, você poderia comentar um pouco sobre suas principais influências na poesia?
Wybson Carvalho – A maior influência da minha poesia é uma obediência naureana; haja vista ele – o poeta Nauro Machado – ter ensinado a todos nós com menos idade que a dele. Dizia-nos “leiam muito e leiam, principalmente, os melhores poetas”. Eu, particularmente, li Gonçalves Dias, Castro Alves, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Morais, Sousândrade, Tribuzi, José Chagas, Déo Silva, Cid Teixeira de Abreu. Leio ainda, Zé Maria Nascimento, Arlete Nogueira da Cruz Machado, Luis Augusto Cassas, Laura Amélia, Celso Borges, Raimundo Fontenele, Paulo Melo Sousa, Sônia Almeida. Leio ainda todos novos poetas maranhenses. Na realidade, a literatura maranhense no gênero da poesia é a melhor do Brasil.
4. Paulo Rodrigues – Nauro Machado comentou: “Wybson consegue um equilíbrio entre o que foi e o que será”. Você busca o equilíbrio mesmo? Como foi sua convivência com o Nauro?
Wybson Carvalho – Nauro Machado não é apenas um grande poeta e, sim, um imensurável bem humano-cultural na eternidade literária maranhense, brasileira e mundial. A minha convivência com Nauro Machado, tenho certeza, que é uma dádiva, pois tenho todos os livros dele, mais de meia centena… Tenho desde Campo sem Base até o Esófago Terminal. Honrosamente, participei do Livro Impressões sobre Nauro Machado, uma coletânea de artigos de análise à obra naureana e a ele próprio, como ser humano que se completa e se confunde com a sua cidade natal, São Luis. A ele e sua cidade escrevi o poema Nauroemcidade:
o sal que banha essa ilha…
o barro escondido na construção desse patrimônio cultural da humanidade…
eis, o que Nauro é…
eis, onde Nauro está…
eternamente, São Luis do Maranhão…
agora, o homem, o poeta e a cidade estão completos e se contemplam em si próprios…!
5. Paulo Rodrigues – o poeta Celso Borges afirmou em uma entrevista: “a poesia é maior que a morte”. É isso mesmo, poeta?
Wybson Carvalho – Sim, e ela – a poesia – faz Nauro Machado ser eterno.
6. Paulo Rodrigues – O que o leitor brasileiro vai encontrar na sua Antologia Poética lançada pela EDUFMA?
Wybson Carvalho – Sem astúcias. É a tentativa de um homem amante da boa poesia ser considerado pelos leitores um poeta.
7. Paulo Rodrigues – Como funciona o processo criativo do poeta Wybson Carvalho?
Wybson Carvalho – A minha criação poética advém do que pude ter aprendido e sentir aquilo que as criaturas arquitetas de sentimentos nos ensinam através de nossa leitura. Os clássicos, a boa literatura, os contemporâneos me ensinam e me acompanham. Meu processo criativo caminha de mãos dadas com a leitura.
8. Paulo Rodrigues – Deixe uma mensagem para os nossos leitores.
Wybson Carvalho – Obedeçam a convicção e ao ensinamento naureano: “leiam e releiam muitas vezes os melhores poeta!”
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