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Wybson Carvalho

Recanto do Poeta

A Caxias e a mim mesmo


Canção ao exílio 

 

Em minha terra havia palmeiras e o canto dos sabiás.

nela, exalava o perfume dos jardins urbanos.

dela, ouvia-se a linguagem singela do cotidiano.

com a minha cidade crescia a romântica dos poetas…

 

A inimizade humana passava por sobre ela

em eólica turbulência rumo às outras plagas,

para derramar-se noutros cenários de ganância existencial.

 

À minha terra, na infância, ouviam-se sinfonias sabianas

nas manhãs iniciais de um futuro já desenhado ao abandono. 

e, agora, quais árvores darão abrigo a outros pássaros canoros

para entoarem um canto de saudade?

 

Cachos de flores (ode a Caxias) 

  

Quem amou, verdadeiramente, te chamou de princesa 

e quando quiseram arrancar de ti o sumo nobre...

não aceitou beber o cálice com teu sangue

 

Quem ama, fielmente, te chama de lírica poesia 

e quando querem declamar de ti o poema nativo...

atenta para ouvir os versos brancos do teu véu

 

Quem nunca amará, em verdade, 

te trairá sob cunho promíscuo...

e quando quiserem usufruir de ti 

a beleza em ônus mercenário...

ofertará a plebe de teu reino 

e te deixará órfã de viva natureza…

 

Mentira 

 

Voz ocupada 

numa canção desafinada

que ensurdece a harmonia real

e decresce o desejo ao nada

sob a fuga agoniada

para o encontro do mal.

 

O rio refém 

 

A parca víscera líquida sob a ponte

leva a magra lâmina doce ao destino corrente

para a imensidão gorda de boca gulosa

e estômago viciado em digestão oceânica.


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