Carnaval
Abundância de carne animal
repartida aos entes do teatro infernal...
eis,
a iguaria vadia da fantasia...
mistura de utopia e alegria:
homens e máscaras em memorial
e
sob marchas em euforia no bacanal.
Quarta-feira de cinzas
Há homens derramados nas passarelas e rostos de alegria apanhadas nas sarjetas pelos foliões da última noite...
momentaneamente,
um período dantesco se apaga para tudo retornar à luz anual da próxima edição do evento popular.
Cremação
Os raios de fogo do corpo inerte são fachos de luz a rodarem a angústia adormecida de um céu sem acesso para a alma amputada e sob pranto de sangue derramado sem fé
mendiga o perdão a ser julgado.
Perdão
Natureza e obra eternas,
unicidade ubíqua em onipotência e onipresença,
- caí em tentações pecaminosas!
livrai-me de insidiosa luz do fogo.
mas não me deixes nas trevas.
não sou digno de beber do vinho e comer do pão!
porém,
lavai-me as feridas com meu próprio sangue,
aliviai-me a dor para que sacie a minha própria fé,
e, então, salvai-me do que fui ao abençoar o que serei.
rogai-me, amém.
Pão
Saciar a matéria para o continuísmo do espírito...
aleluia à colheita!
Fé
A Divindade não tem matéria...
Ela é a dimensão do infinito
ao olhar do íntimo,
à produção do feito
e consequência do efeito
no amor!
Ele e nós
Pai, Filho e Espírito Santo:
esta tríplice ubiquidade além comunhão, em vida.
homem, povo e terra:
esse nicho disperso aquém ambiência, à unanimidade.
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