Ceticismo e crença
Eis a questão!
sal, ao pão, para a existência da matéria
doce, ao vinho, para a vida eterna do espírito.
aleluia à fé…
Autêntico
O que me é inválido
torna-me ávido a não realizá-lo...
então,
faço-me válido
ao que me há...
refém é o ser com ônus
aos interesses outros.
Peso
Não há verticalidade
só o horizonte vultuoso
é ofertado pelo cunho
de ser indivíduo social.
Mãe
Paraíso da carne em sangue
de uma nova luz à vida
derramada por sobre o destino
continuado a um ventre, abnegado.
Ônus
A moeda tem dois lados:
à face, a aceitação do ser;
à coroa, se aceito, o alcançável valor.
Companheiras
As ilusões certamente se colidem
e os erros idem:
convicto, num tempo ausente, estarei.
Quem sabe as ilusões existem
e o que houve é constante
sem, agora, querer terminar.
Eis que, aos enganos permanentes,
meu espírito à minha companhia
não se juntará em tempo algum.
Fuga
Estou novamente sentado
a uma outra mesa
com as costas para a rua.
Eis que,
não quero o encanto
de uma nova mentira
à permanente ilusão: ser feliz.
Fim
A certeza do término acompanha-me
como ferida sangrando
a alma do poeta.
Não há mais cura.
todo o silêncio envolve-me
na inflamação da cicatriz
memorável em queda.
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