O ser e a poesia advindos de mim
Minha poesia veste-me com essência sabedora ao interior a mim
e emudece meu grito ensurdecedor à negação que há nela.
é a prisão na qual sou condenado
e estou a extrapolar-me liberto à ambiência alheia.
é a imensidão em sal oceânico e chão cáustico, solitariamente, desértico...
é a diversidade de todas minhas linguagens artísticas sem platéia alguma...
é a obra que, humildemente, ofereço à humanidade...
é o ser a querer-se compartilhado a quem me necessitar...
e meus versos?
- são partes extraídas de minha alma inteira a se mostrarem inibidas aos outros seres
sem aceitação nenhuma!
o que é minha poesia?
é a somatória das imagens etárias do passado encontrado no presente,
são escritas na negação imagética do futuro.
obrigando-me, fielmente, a negá-la em mim tal qual confissão ausente.
Analfabetismo editorial
Há em mim
poemas para o mundo
condenados ao desconhecimento profundo
escondidos
esquecidos
sem algum encanto
ganharam na gaveta do móvel só um canto
imundo
vagabundo
quais enterrados à sepultura
pois lhes fora negada a leitura!
Tripartite do ser
O quê é para ser falado
minha alma brada a voz.
o quê é para ser calado
minha atitude cala à vos.
o quê não pode ser almejado
minha razão desistiu de nós.
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