Não importa se os pessimistas pregam o contrário, criticando a iniciativa do prefeito Fábio Gentil (Republicanos) em concorrer à presidência da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (FAMEM) na eleição do próximo dia 14 de janeiro, em São Luís. Mais importante, no atual momento, é assistir-se novamente Caxias assumindo posição de destaque no cenário político estadual, seja por sua importância histórica tradicional ou porque vem conseguindo projetar o sucesso de sua gestão municipal nos últimos quatro anos.
Lógico que a pujante votação alcançada por FG no último pleito caxiense, quando conquistou 78,17% dos votos válidos, alcançando 51mil 741 votos sobre o segundo colocado, o colocou na condição de liderança política natural em toda a região leste do Estado e, porque não dizer, de todo o interior, já que seus votos superaram mesmo os de prefeitos eleitos em colegiados mais fortes, como em Imperatriz e São José de Ribamar, por exemplo.
Então, para quem tem a clara pretensão de continuar a se projetar no meio político, e fazer disso uma ponte para implementar o desenvolvimento de Caxias, ganhar a presidência da FAMEM, sem dúvida, é um grande passo. Outra vitória seria também estar participando ativamente da sucessão estadual de 2022, já que a chapa sob a sua liderança recebe o declarado apoio do vice-governador Carlos Brandão (Republicanos), postulante natural ao cargo e homem alinhado com o posicionamento do governador Flávio Dino (PCdoB), que já anunciou que disputará uma vaga para o Senado da República e precisa de aliados importantes.
O prefeito caxiense está inserido no contexto certo e dá representatividade à sua terra natal e ao seu eleitorado, até porque em política, como em qualquer outra atividade, quem não é visto não é lembrado. E surfando em alta popularidade, seria um irresponsável para com seu grupo de apoiadores e amigos, o próprio município, se deixasse, como se diz popularmente, passar o rápido, irrequieto e arisco cavalo selado da oportunidade política à sua frente. Não fazer isso, e depois se lamentar, não é o que espera dele o povo caxiense.
Na contramão do fato, claramente assumindo bandeiras contrárias ao progresso do município, a oposição que ainda não absorveu a derrota alimenta seus seguidores através de emissoras de rádio e televisão. Sob a desculpa de imparcialidade, diariamente há espaço para reclamações de todos os tipos. Parece que a eleição de 2020 ainda não acabou. Imagine quando chegar a hora da eleição para escolher o novo governante do Maranhão; quando as máscaras, enfim, forem reveladas, denunciando quem está ao lado do prefeito ou contra ele!
Nova Câmara Municipal
Por outro lado, em seus primeiros dias à frente da Câmara Municipal de Caxias (CMC), o vereador Teódulo Aragão (PP) já disse a que veio e demonstra que a palavra renovação pregada pela maioria quase absoluta da vereança que o elegeu à presidência da casa, no último dia 31 de dezembro, nunca foi somente uma expressão cunhada ao sabor de levar vantagem sobre candidaturas mais experientes dentro do legislativo caxiense.
Ainda na noite da última segunda-feira, 04, ele anunciou que o grande marco da sua gestão será construir uma nova sede para o legislativo local. Já indicou inclusive onde a nova CMC será erguida, no caso, na atual Cidade Judiciária, instalada no bairro Campo de Belém, onde já se encontra a grande maioria das repartições públicas mais importantes da cidade, a começar pelo fórum da comarca, Justiça e Ministério Público Federal, OAB, dentre outras.
A notícia repercutiu imediatamente e os veículos de comunicação que não comungam com o poder estabelecido logo se posicionaram de forma contrária à iniciativa do novo presidente da CMC. Em primeiro lugar, alegando o absurdo da construção de uma nova sede, por acreditar que a atual está servindo muito bem ao propósito da vereança, dos funcionários e do público. Segundo, a distância da futura sede do centro da cidade, classificada como uma dificuldade a mais à participação do público que costuma frequentar as sessões semanais do legislativo. Em terceiro lugar, o custo da realização de uma obra dessa natureza, sobretudo no momento de dificuldade econômica em que vive o país por causa da pandemia.
Pode até ser que tais colocações façam algum sentido em clima de saudosismo. Mas a verdade é que nosso legislativo há muito necessita de uma nova sede à altura dessas duas décadas iniciais do século 21. O prédio atual é centenário, tombado e sua primeira readaptação (antes abrigava também o gabinete do prefeito e os cartórios da cidade), realização do vereador Catulé (Republicanos), remonta à década de 1990.
Em 2009, na gestão do ex-vereador Antonio Luís Assunção, a casa recebeu um auditório elevado nos fundos, sendo introduzidas também novas dependências em cima e abaixo, inclusive com instalações sanitárias para uso do público. Contudo, a ideia do auditório depois teve que rapidamente ser ignorada porque o anexo não possui acesso para pessoas com dificuldade de locomoção, um requisito legal que deve rigorosamente ser seguido em prédios públicos.
No ano de 2013, a ex-vereadora Ana Lúcia Ximenes inaugura a atual ala administrativa do poder e instala também, nas laterais do grande pátio interno do prédio, os 19 gabinetes que os vereadores estão utilizando até agora. Houve reforma da cantina e dos sanitários reservados para os servidores.
E assim, de gestão em gestão, a sede da CMC vem passando por pequenas reformas. O telhado antigo, por exemplo, tem se constituído em um grande problema para todos os administradores que passaram pela casa. Sempre que há chuva forte aparecem goteiras por toda a parte. Na sessão que empossou o presidente Teódulo Aragão o problema estava presente. Outra deficiência é que não há estacionamento para veículos, muito menos garagem para carros oficiais.
Também há que levar-se em conta que, por causa da densidade populacional do município, a CMC já era para ter 21 vagas de vereadores. Entretanto, não há espaço para alocar mais três parlamentares na área das sessões sem prejudicar a área reservada à assistência dos expectadores, que já é pequena e muito modesta, isso sem falar que não há mais espaço físico disponível para a instalação de novos gabinetes.
Além disso, há que considerar-se ainda que a atividade do poder cresceu com os anos, sendo considerável a demanda de funcionários para assisti-lo. Contudo, não há espaço físico para novas repartições, seja de natureza administrativa, em nível de comunicação social, de cerimonial, ou a própria presença de membros da Secretaria Geral da Mesa Diretora acompanhando de perto os trabalhos rotineiros da casa.
Assumindo uma postura de não mais repetir as muitas reformas que foram feitas por seus antecessores, o presidente Teódulo decidiu que chegou a hora de transferir de vez o legislativo para outro local onde possa ser erguida uma nova sede adaptada à realidade do contexto político e administrativo em que o município se situa. Segundo ele, há recursos financeiros suficientes para isso no poder que, bem administrados, podem permitir a construção da nova sede. Basta notar, conforme afirmou, as devoluções financeiras que vêm sendo feitas regularmente pela CMC à Prefeitura de Caxias, ao fim de cada exercício.
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