A distribuição de santinhos de campanha com números trocados levou, segundo denúncia, à anulação de mais de 2,4 mil votos nas eleições de 2024 em Caxias, no Maranhão. O caso é alvo de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), que aponta abuso de poder político e econômico.
A acusação tem como alvos o prefeito Gentil Neto (PP) e seu tio, o ex-prefeito Fábio Gentil, atual secretário de Agricultura e Pecuária do estado.
A ação, apelidada de “Aije dos Santinhos”, foi apresentada pelo partido Podemos. Segundo a acusação, os materiais falsos teriam sido estrategicamente espalhados na cidade na véspera do pleito. Os investigados, por coincidência, ocupam cargos de destaque no Executivo estadual e municipal.
De acordo com a peça acusatória, santinhos e cartazes com fotos dos candidatos Paulinho, Daniel Barros e até do ex-presidente Jair Bolsonaro foram impressos com números errados. A gráfica responsável seria a Editora Timonense Ltda., localizada em Timon (MA), de propriedade de João da Cruz Silva e Paulo Pinheiro de Melo Filho.
A disseminação aconteceu nos locais de votação, em logradouros públicos e até nas portas das casas. Os santinhos indicavam o número 21 para Paulinho, embora sua candidatura estivesse registrada sob o número 22 no Tribunal Superior Eleitoral. Já o candidato a vereador teve o número trocado de 25000 para 24000.
O efeito foi imediato. Segundo o documento, 2.413 eleitores digitaram o número errado para prefeito, anulando seus votos. A soma teria sido suficiente para alterar o resultado da disputa, favorecendo, por coincidência, o atual prefeito investigado.
Ainda segundo a petição, o material usava imagens dos candidatos ao lado de Jair Bolsonaro, supostamente pedindo votos para os números incorretos.
Com o caso avançando na Justiça, a juíza Gisa Fernanda Nery Mendonça Benício chegou a marcar audiência de instrução para 15 de abril de 2025, às 8h30min, no Fórum de Justiça Comum de Caxias.
O pedido de suspensão partiu de um mandado de segurança assinado por Fábio Gentil e foi aceito pelo juiz Marcelo Elias Matos e Oka, do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão.
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