A Universidade de Coimbra abrigou Gonçalves Dias durante alguns anos da sua juventude. Lá, o jovem caxiense fez amizades e foi contaminado pelo romantismo que vigorava na Europa.
"Canção do Exílio" é uma poesia do caxiense Gonçalves Dias, criada quando o autor cursava Faculdade de Direito em Coimbra, Portugal, em julho de 1843. Era relativamente frequente que intelectuais abastados brasileiros cruzassem o oceano para se formarem em faculdades portuguesas. Ele vivia, desta forma, um exílio físico e geográfico. Tradicionalmente, esta é a situação do exílio.
A saudade da terra natal, Caxias, foi o motor que fez mover a escrita de Gonçalves Dias. Ressaltando o patriotismo, o poema foi produzido no primeiro momento do romantismo nacional, época na qual se vivia uma forte onda de nacionalismo, devido o recente rompimento do Brasil colônia com Portugal. O poeta trata, neste sentido, de demonstrar aversão aos valores portugueses e ressaltar os valores naturais do Brasil.
Há uma presença de dêixis espacial, quanto aos dêiticos com referência aos elementos lugares citados no texto: ''aqui'' (Portugal) e ''minha terra'' ou ''lá'' (Caxias, cuja ave-símbolo é o Sabiá-da-praia - Mimus gilvus - e onde se encontra a Mata dos Cocais - vegetação transicional entre o Cerrado, a Floresta Amazônica e a Caatinga, rica em espécies de palmeiras).
O poema foi reciclado no Hino Nacional Brasileiro (no trecho "Nossos bosques têm mais vida; Nossa vida (em teu seio) mais amores", do segundo parágrafo da segunda parte) e na Canção Militar do Expedicionário (no trecho "Por mais terras que eu percorra, não permita Deus que eu morra; Sem que volte para lá", da segunda estrofe).
Canção do Exílio encontra-se incluída no livro "Primeiros Cantos", lançado em 1846.
A obra Primeiros Cantos está em domínio público e encontra-se disponível para download em formato pdf.
Ouça o poema:
PUBLICIDADE