Se Coelho Neto é o caxiense ilustre com mais registros fotográficos, é provavelmente o mais caricaturado, ilustrado e representado em desenhos nas mais diversas publicações de jornais e revistas. Gonçalves Dias, nosso querido poeta foi igualmente representado, mas isso após sua morte.
Coelho Neto é o que podemos considerar hoje uma celebridade em seu tempo, um “influencer” de sua época. Embora a fotografia já fosse usada nas publicações no início do século XX, o desenho representava muito mais do que uma homenagem. Ainda era um meio de passar informações e deboches aos seus leitores das situações da política e na vida social brasileira. Levando-se em conta também o grande numero de analfabetos no pais naquela época.
Abaixo estão algumas representações do poeta, político e acadêmico Coelho Neto feita pelas publicações no Brasil.
A senhora exclama:
- Vá embora, “seu” Coelho Neto. Os seus livros e os seus louros não me cheiram! O que me serve é isso: são esses bonecos sem valor! Só assim eu fico valorizada! Só assim me igualo a mediocridade comum! Só assim me torno querida! Vá embora...
Fonte: Revista O Malho, 1918.
Algumas edições posteriores a da imagem acima, mostrava um glorioso Coelho Neto sendo entregue com carinho por uma mão maranhense a Câmara Federal, e um pé do Estado do Rio chutando um burro na porta do Senado (provavelmente algum político fluminense). Barrado na chapa situacionista liderada pelo oligarca Urbano Santos, o poeta acabou concorrendo a sua reeleição pela chapa oposicionista. Dessa forma a revista O Malho mostrava um retorno triunfante do maranhense a Câmara.
Mas como as eleições no tempo da República Velha (1889-1930) era controlada pelos grupos oligarcas, Coelho Neto acabou perdendo as eleições em uma apuração duvidosa e questionada pelo menos.
Fonte: Revista O Malho, 1918.
Coelho Neto sob o Pão de Açúcar, com uma cinta da Liga da Defesa Nacional e segurando o Credo, recebe um estrangeiro desembarcando no Brasil, onde na mala pode-se ler ‘Bolchevismo’. A Liga da Defesa Nacional foi um grupo fundado em 1916, por Olavo Bilac, Pedro Lessa e Miguel Calmon, que tinha como seu Presidente Rui Barbosa, favorável aos Aliados (Império Britânico, Rússia, França e Itália) durante a 1º Guerra Mundial. Como no fim da guerra acontecera a Revolução Russa (1917), instalando o regime comunista dos bolcheviques, o país afastou-se dos Aliados e da própria guerra. Assim, a imagem mostra que um estrangeiro pode chegar ao Brasil com suas ideias diversas, desde que esteja de acordo com os diversos “credos” nacionais.
Fonte: Revista O Malho, 1920.
Quando Tobias Warchavski e Guilherme Moussatché, dois jovens cartunistas de futuro visitaram a redação da revista O Malho, deixaram registrado para publicação quatro caricaturas de personalidades da época: Roosevelt (Presidente dos EUA), Mussolini e Balbo (dois líderes fascistas italianos) e Coelho Neto, feito por Tobias.
Tobias Warchavski (1917/1934) nasceu no RJ, formado na Escola de Belas Artes. Militante do PCB (Partido Comunista Brasileiro), foi assassinado após um julgamento do tribunal do Partido.
Fonte: Revista O Malho, 1933.
Um sóbrio e experiente Coelho Neto. Fonte: Revista da Semana, 1933 / O Malho, 1943).
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