Imponente quando se observa o centro de Caxias a partir do Morro do Alecrim, a torre da ‘casa do Alderico Silva’, se sobressai sobre todas as demais residências. Ela está ligada diretamente por sua volumetria com a Igreja Catedral e o Palácio Episcopal, formando um belíssimo conjunto arquitetônico que é cartão postal de Caxias.

Percorrendo pela antiga Rua 1º de Agosto (ainda não consigo chama-la por seu novo nome) ele dá as boas-vindas aos pedestres, ciclistas e motoristas. Não há quem passe por ali que não seja fisgado por seus encantos feitas de linhas de pedra, concreto, madeira, vidro e diversos outros materiais. 

Sua muretinha serve de brincadeira para crianças que, ao andar pela calçada, erguem as mãos e saem tocando pelos seus elementos vazados como quem batessem em latas com um pedaço de pau. E olhando para cima fixamente para os óculos (aquelas pequenas janelas circulares), passam correndo com medo do diabinho que mora lá, segundo uma das muitas lendas que circulam aquele casarão. Mas o passo desacelera ao cruzar com a vista da piscina, a primeira construída em Caxias. Imagino a quantidade de crianças e jovens que já passaram por ali com o desejo de mergulhar na piscina do ‘Seu Dá’.

Por muitas vezes ao passar por esta casa, descendo da minha casa na Praça Catedral rumo ao Colégio São José, fiz exatamente o descrito acima. E quase sempre estavam lá na varanda deitados em poltronas o casal Alderico e Dinir, recebendo visitas, determinando os afazeres do dia ou só recebendo a luz do sol e a brisa do vento.

Esse palacete, ou Palácio Castelo, como foi descrito ainda durante sua inauguração na década de 1950, poderia estar em qualquer capital do Brasil, sendo uma das mais belas da localidade, como afirmou certa vez o magnata Assis Chateaubriand quando a visitou. “Você é louco construir essa casa no meio do nada quando poderia construí-la em qualquer lugar desse país”. Indagou o velho ‘Chatô’ a Alderico Silva, tamanha sua protuberância. 

Alderico fez uma casa para si e sua família, mas ficou de herança para nossa Caxias.

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