Em 13 de maio de 1888, a filha do Imperador D. Pedro II, a Princesa Isabel, que estava temporariamente ocupando a Regência no Brasil enquanto o pai estava na Europa devido a um tratamento de saúde, assinou a Lei nº 3.353 que libertava todos os negros escravizados em solo brasileiro. A Lei foi aprovada pela Câmara Geral (atual Câmara dos Deputados) e no Senado Federal no começo daquele ano. Essa lei foi resultado de anos de luta política que se deu principalmente após o termino da Guerra do Paraguai (1864/1870) onde floresceu em nosso país as ideias iluministas europeias e americanas, influenciadas e incentivadas pelos republicanos e a Maçonaria.
Porém, antes que esses debates entrassem em pauta nos bastidores políticos muitos negros lutaram com muito suor e sangue, tanto pela própria vida quanto pela liberdade de seus companheiros.
Aqui mesmo no Maranhão, foi a luta dos escravos e pessoas das camadas mais baixas que culminou na revolta conhecida como Balaiada (1838/1841) e que tinha como um de seus objetivos, a liberdade dessas classes. Revolta pioneira no Período Regencial (1831/1840) enquanto o resto das províncias do Brasil queriam a independência baseada no sistema republicano e sem levar em consideração a libertação de seus escravos.
Particularmente em Caxias, as ideias abolicionistas também foi bastante difundida nesse período junto com os liberais, republicanos e Maçons. Esse último principalmente que se reuniam em suas salas secretas conhecidas como ‘Lojas’, onde debatiam os rumos da política local e regional, pois entre seus membros estavam os homens mais influentes da época. Muitos Maçons, como Salustiano Ferreira de Moraes Rego, Libânio Lobo, Tito Lemos e Gustavo Colaço, eram também membros de sociedades que tinham como objetivo a libertação de crianças filhos de escravos. Em determinadas datas, eram feitas reuniões entre seus membros e demais sociedade onde assinavam a carta de alforria, libertando alguns de seus escravos. Em nível nacional, nosso ilustre caxiense o Dr. João Mendes de Almeida, Deputado por São Paulo, seria relator da Lei do Ventre Livre em 1871, que tornou livre todos os filhos de escravos nascidos desde então.
Até mesmo depois de 1888, o 13 de maio passou a ser celebrado com muito entusiasmo pela sociedade caxiense. Em 1893, um grupo de pessoas se reuniram em frente ao Largo dos Remédios, atual Praça da Catedral, para celebrar os cinco anos da libertação. Em meio a barraquinhas, bandeirinhas e muito samba, um grupo de reuniu até altas horas da noite em celebração de alegria. Já no início do século XX, o Coronel José Fernandes Bastos, realizava em frente a sua residência no Largo dos Três Corações, festas com bumba meu boi em homenagem a abolição da escravatura. Em 1903, o Major e Maçom Pedro Pinto Ribeiro, na tribuna da Igreja dos Remédios exclamou em um de seus discursos que Caxias deveria ter uma rua chamada 13 de maio, o que foi atendido posteriormente.
A Rua 13 de Maio é a antiga Rua dos Cavalheiros, e vai dos Três Corações até a Igreja Catedral.
Uma rua, uma data e uma cidade cheia de histórias.
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