A parca víscera líquida sob a ponte
leva a magra lâmina doce ao destino corrente
para a imensidão gorda de boca gulosa
e estômago viciado à digestão salgada.
Fome e sede do Itapecuru
Com quantos dentes mastigas as vidas
engolidas por ti no escorrego dessa garganta
de correnteza lenta de águas servidas
formando o esgoto com uma só víscera
que secará dia-a-dia
face à derrubada de tua cabeceira vegetal
expondo margens de areia quente
sob mil sóis cáusticos
Em contra partida
na simbiose maldita e mais rara
com agonia são retiradas de ti
vidas que saciam estômagos famintos
ao teu pasto serviçal de acasalados espíritos
em corpos vivos e armados com ferro e nylon
mergulhados na tua parca lâmina líquida
vestida e suprida de dejetos
que amputam os braços afluentes
a oferecer veredas secas
à mesa de tua morte anunciada...
Poema à minha poesia
Um dia qualquer eu escreverei um poema de amor com meiguice, ternura e carinho para ti…será ofertado aos teus brios causadores da minha emoção ou, talvez, íntima ilusão sem querer almejada,quero te ofertar a sensaçãoqual a imensidão do marou as fragrâncias das flores no sonhado jardim dos amantes...aí, então, tu entenderás o meu amor, mas não importa se isso...
Há uma síndrome temporal em mim: meu passado abandonado se foi tão longe, meu presente apressado já não é constante e à brevidade aproxima-se o meu fim...!
Em meio à censura do Império, os grandes nomes da poesia e da literatura nacional recorriam à Europa para a publicação de suas obras, até que algo mudou.
Até a Primeira Guerra Mundial, grande parte das obras escritas por brasileiros e comercializadas no Brasil era impressa na Europa, e nomes como Machado de Assis costumavam ser publicados pela editora francesa Livraria Garnier.
O país tinha, no começo do século 20, poucas...