Por coincidir com a solenidade de lançamento de mais uma edição dos Jogos Escolares Caxienses (JECs 2025), à qual a grande maioria de nossa vereança compareceu, uma vez que pelos menos 16 dos nossos edis são do bloco governista, não houve sessão ordinária na noite da última segunda-feira (26). Isso, porém, não inviabilizou o ritmo dos trabalhos parlamentares no poder, que foi retomado na quarta-feira que passou (28).

Ao longo do pequeno expediente da sessão, a vereança voltou a colocar suas opiniões sobre as demandas reclamadas pela população, numa demonstração de que está realmente antenada com os reclames do povo caxiense. Os vereadores Gentil Oliveira (PP) e Dr. Eugênio Freitas (AGIR), por exemplo, explanaram sobre o atual problema da presença de viroses no município, principalmente surto de gripe que, para contê-lo, é necessário que a comunidade abrace a causa indo aos postos de vacinação para tomar vacina. 

O entendimento de Freitas é o mesmo de toda a bancada, da mesma forma como vê também como relaxamento os plantões de farmácia na cidade, cuja atividade está a merecer melhores orientações por parte da Secretaria Municipal de Saúde. Nesse mister, porém, embora esteja claro que sempre deve haver pelo menos três farmácias de plantão noturno em Caxias, convém não esquecer que os estabelecimentos de rede mantêm serviço de entrega à domicílio também à noite, o que facilita um pouco a vida das pessoas. Às madrugadas, no entanto, diante de acontecimentos inesperados, o jeito mesmo é procurar atendimento na UPA 24 horas do Pirajá, ou no Hospital Geral do Município, que são órgãos mais preparados para assistência de urgências médicas, até mesmo porque as farmácias não podem vender certos medicamentos sem receita.

Os vereadores Luís Fernando (PSB) e Darlan Almeida (PP), por sua vez, se posicionaram falando sobre maior fiscalização no trânsito, construção de faixas elevadas para pedestres diante de escolas, assim como recuperação das pinturas das faixas horizontais que em algumas vias praticamente desapareceram das vistas de condutores e pedestres. Luís Fernando fez questão de ressaltar que não irá ajudar quem quer que seja a abonar multas de trânsito, no entendimento de que ajudando o violador das leis de trânsito estaria colaborando para manter a situação caótica em que se encontra o trânsito no perímetro urbano de Caxias. 

O presidente Ricardo Rodrigues (PT), entrando na discussão, hipotecou solidariedade aos colegas que falaram sobre a obrigatoriedade de agentes de trânsito fiscalizando as passagens de via em todas as escolas onde o trânsito apresenta mais risco aos estudantes, pais e professores. Já o vereador Fernando Amorim, após explanar requerimentos voltados à infraestrutura do povoado Nazaré do Bruno, mostrou preocupação com a falta de bolsas de sangue no hemocentro de Caxias, sobretudo nesse momento que antecede os festejos juninos, época mais suscetível à ocorrência de acidentes, face ao intenso movimento no trânsito de veículos, tanto na cidade como na zona rural.

Para o vereador Sansão Pinheiro (PP), no entanto, a população também deve atentar para os regramentos existentes nos hospitais públicos, nos quais as pessoas são atendidas mediante critérios preferenciais de idade e risco de saúde. Como enfermeiro atuante, ele pediu mais compreensão em relação aos casos mais graves, pois a cidade enfrenta atualmente uma crise nos leitos de UTI, tanto no Hospital Geral quanto no Hospital Macrorregional.

Usando o pequeno expediente, o líder do governo, Leonardo Barata (Solidarieddae), anunciou para breve o retorno das feiras com produtos oriundos da agricultura familiar. Informando sobre uma reunião especial na Secretaria Municipal de Planejamento, ele voltou a chamar a atenção dos pares para a necessidade da reformulação do plano diretor do município, que está muito defasado em relação à realidade vivenciada pelos caxienses. Para dar uma ideia disso, observou que o plano diretor vigente é da época que Caxias tinha 36 bairros, sendo que hoje tem cerca de 90. “É com o plano diretor que a gestão planeja as ações necessárias dentro da comunidade”, enfatizou.

PT em clima de eleição

A sessão de quarta-feira também evidenciou política em seu sentido mais amplo, através da participação do presidente Ricardo Rodrigues, para anunciar que o seu partido vivencia, nesse momento, o clima de eleições dentro da sua estrutura partidária, visando a escolha das direções nacional, estadual e municipal. No âmbito de Caxias, Ricardo informou que a preferência dos filiados recai sobre o companheiro acadêmico e poeta Ricardo Meneses, uma personalidade que para ele reúne todos os requisitos de cidadania exigidos pela agremiação e a sociedade caxiense.

Ricardo, como presidente da CMC, é membro nato do conselho partidário do PT caxiense, e terá, sem dúvida, força para influir na escolha do diretório. Ele já declarou apoio a Edinho Silva para o diretório nacional do PT, e certamente será aproveitado. Agora, sua movimentação em São Luís é declaradamente em favor do vice-governador Felipe Camarão (PT), que busca eleger-se para o cargo maior do estado na próxima eleição que visa sacramentar o substituto do governador Carlos Brandão (PSB).

Claro que se Camarão for governador as portas da política se abrirão mais para ele. Mas de que forma? Com um mandato na Assembleia Legislativa? Espaço no governo estadual? Um coringa de peso nas mãos do líder Fábio Gentil? São perguntas que passam a se inserir no imaginário de quem gosta de política. 

Por outro lado, nunca será pecado lembrar que uma grande máquina política, o sarneyismo, que estava aos frangalhos, caminhando mesmo de modo claudicante, vem voltando à ativa, em franca recuperação, inclusive jogando flores e convites ao governador Carlos Brandão, após o ex-governador Flávio Dino, padrinho de Felipe e de Carlos Brandão, sair da política maranhense ao ser alçado ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. 

O grande tento recente desse grupo, sem dúvida, foi eleger o prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB), presidente da FAMEM, a entidade que congrega em torno de si todas as prefeituras do Maranhão. E Costa, que entrou na política pelas mãos do ex-governador João Alberto de Sousa, sabe muito bem por onde caminham as coisas dentro do grupo sarneysista para se ganhar uma eleição.

Assim, as esperanças de Ricardo Rodrigues, de Felipe Camarão, estão nas mãos do presidente Lula, pois será da popularidade do presidente que virá a força que garantirá a vitória de ambos na próxima sucessão nacional e estadual.

Aqui no âmbito municipal, o grupo político da deputada estadual Cláudia Coutinho realizou festa para as mães no bairro Volta Redonda, com ampla distribuição de presentes naquela localidade. O ato renovou a presença da família Coutinho na localidade que por muito tempo marchou ao lado do saudoso deputado Humberto Coutinho. Com a presença da própria deputada e do vereador Daniel Barros (PRD), uma personalidade política que também anotou presença foi o ex-prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho, que, para muitos, será o nome do grupo à próxima sucessão municipal.

Caso Bradesco

Em São Luís, o destaque da semana ficou por conta da audiência pública convocada pela Comissão de Assuntos Econômicos da Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA), que ora é presidida pelo deputado caxiense Catulé Júnior (PP). A audiência discutiu o fechamento de agências do Banco Bradesco em 21 municípios maranhenses, medida que afetará diretamente cerca de 400 mil pessoas, especialmente em cidades onde a instituição é a única prestadora de serviços bancários presenciais.

O deputado Catulé Júnior alertou para o impacto socioeconômico da decisão do Bradesco e criticou duramente a ausência de representante do banco na audiência. Para o parlamentar, foi no mínimo deselegante a ausência de representação do Bradesco na reunião, muito longe do que se espera de uma instituição financeira que ano após ano apresenta lucros exorbitantes, mas sem demonstrar sensibilidade social, uma justificativa, um meio termo, que contemple os maranhenses que necessitam do atendimento bancário da instituição.

Apesar disso, o deputado caxiense informou que medidas estão sendo tomadas para pressionar o Bradesco e sensibilizar outras esferas do poder público. Entre os encaminhamentos, estão comunicações formais ao Banco Central e ao Ministério Público Federal, além de uma visita da comissão ao Poder Judiciário, com o objetivo de encontrar apoio institucional. Catulé Júnior, em outro posicionamento na tribuna da ALEMA, criticou os debates que presentemente estão sendo entabulados na Casa e que têm se mostrado extremamente políticos e focados nas próximas eleições de 2026, afastando com esse enfoque os temas mais prioritários hoje para a sociedade maranhense.