Maranhense que se salvou da queda do avião da companhia aérea Voepass, José Felipe Araújo Lima, de 21 anos, chegou na tarde de sábado (10) em Pastos Bons, a 550 km de São Luís. Ele é um dos passageiros que perdeu o voo no dia da tragédia.
José Felipe estava trabalhando como montador há 7 meses em Cascavel, no Paraná. Ele se atrasou porque estava esperando um carro de aplicativo para levá-lo até o aeroporto e, depois ainda, confundiu a companhia aérea na hora do embarque.
"Me disseram: 'Rapaz, você não entra nesse avião porque já passou do limite do embarque'. Eu botei até uma pressãozinha: 'Moço, me coloca nesse avião, eu tenho que ir'. Aí ele falou: 'Não tem como; o que eu posso fazer é remarcar sua passagem'", relata José.
Como o serviço tinha terminado, José estava voltando para São Luís, mas ele e cerca de 10 pessoas erraram a companhia aérea e, por conta disso, não embarcaram no voo que saiu do Aeroporto Regional de Cascavel, no oeste do Paraná. O avião tinha como destino Guarulhos, em São Paulo.
Para o pai, Sebastião Pereira Lima, foi um verdadeiro milagre o filho ter perdido o voo. “Eu não tenho palavras para agradecer a Deus por meu filho ter perdido esse voo; foi um verdadeiro milagre ele não ter embarcado nesse avião”, disse Sebastião.
Enquanto as causas da tragédia são investigadas, Felipe, que mora com os pais, descansa e quer aproveitar cada momento com a sua família e amigos.
“Agora que eu voltei pra casa quero passar esse momento com a minha família e aproveitar mais a vida; é como se eu tivesse renascido de novo”, disse José Felipe.
O maranhense que voltou para casa e para o abraço da família em Pastos Bons, por enquanto não tem planos de voltar para o Paraná. José Felipe, pretende ficar na sua terra natal para estudar.
Maranhense entre as vítimas
Raphael Bohne é natural de Imperatriz (MA), mas reside em Fortaleza, possuía uma empresa na cidade especializada na venda de cerâmicas e porcelanato.
Ele estava acompanhado de três empresários que estavam no Paraná para participar de uma convenção de vendedores de produtos da empresa Ghel Plus, que produz pias, válvulas e lixeiras. A empresa é sediada no município de Ampére.
Os empresários pegaram o voo que saiu do aeroporto de Cascavel às 11h58 com destino a Guarulhos (SP). Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20, mas a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas da torre de São Paulo, nem declarou emergência.
Queda do avião teve 62 vítimas
Estavam a bordo 58 passageiros e 4 tripulantes, segundo a Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, companhia aérea dona da aeronave. Não houve sobreviventes, conforme a Prefeitura de Vinhedo.
'Ele salvou minha vida', diz outro passageiro
Além de José, outro passageiro, que também perdeu o voo, relata que chegou a discutir com um funcionário para que pudesse embarcar, porém a solicitação foi negada. Ele considera que o funcionário o salvou da tragédia.
Ele conta que perdeu o voo porque confundiu as companhias aéreas: o voo era da Voepass e ele achou que era da Latam.
“Eu cheguei aqui às 9h40 e a Latam estava fechada. Quando eu cheguei aqui fiquei esperando para ver se abria, normalmente o aeroporto sempre tem alguém no guichê, mas não tinha ninguém. Esperei e o microfone não falou nada. Quando desci, fiquei esperando, quando deu 10h41, discuti com ele [funcionário], ele salvou minha vida. Ele fez o trabalho dele”, informou o passageiro.
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