No meio do caos das cidades cada vez mais cercada de prédios, de vias repletas de automóveis e motos, comércio informal ocupando calçadas e outros problemas diários se faz necessário espaços públicos urbanos livres dessas situações para podermos respirarmos um pouco os ares de nossa morada. As praças, que seriam esses lugares de descanso e recreação, estão boa parte ocupadas por esses problemas de invasões do espaço público. Isso quando existe uma praça no bairro.

Uma solução para uma cidade mais verde seria a criação de parques urbanos. Amplos espaços para circulação, passeio, lazer e preservação de nosso meio ambiente.

Um dos pontos mais antigos de nossa Caxias é o bairro Ponte, antiga região repleta de sítios onde as famílias das mais diversas classes passavam os períodos mais quentes de nosso clima. O riacho que deu nome ao bairro era um cartão postal. Quem viesse a Caxias, tinha que conhecer o riacho do Ponte.

Com o crescimento populacional do bairro e a necessidade de ‘modernizar’ ambientes, dando a eles ares urbanos, a piscina do ponte sofreu alterações com construções de barreiras com concreto, pedra e ponte, surgindo então a Piscina do Ponte, ou Balneário Clodomir Milliet. Mas a nova obra não durou muito, pois pouco mais de vinte anos depois a piscina ficou impropria para o banho devido a alta poluição de suas águas. Hoje em dia não se vê mais a meninada banhando em suas cachoeiras.

Dizem que uma obra de revitalização do riacho custaria milhões. Inviável até. Enquanto isso, ficam as saudades e as lamentações.

Ainda assim, é uma bela área e que merece uma atenção maior do caxiense. O entorno do riacho do ponte, do balneário que ainda é pública (pois a maior parte do riacho está em áreas particulares nos quintais das casas) merecia ser um parque urbano dentro da cidade.

Não podemos nos limitar a questionar apenas a qualidade da água e esperar que o milagre da revitalização aconteça. Devemos ocupar esse belo, amplo e verde espaço que a natureza nos deu.

Ocupar com famílias, crianças, idosos em seus passeios, aproveitar uma sombra da arvora sentado em um banco ou percorrendo uma trilha ao redor do riacho. Esse é o escape que precisamos ter da confusão do dia a dia da cidade.