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Educação

Por mais mulheres na ciência, alunas do IEMA Caxias participam de evento da USP

O reitor do IEMA, professor Jhonatan Almada, enfatiza que o instituto está em sintonia com todas as instituições que têm por desfio encurtar a distância entre as meninas e a ciência.

Por: Secom/ Governo do Maranhão | Data: 12/08/2019 15:03 - Atualizado em 12/08/2019 15:05
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Professora Débora com algumas das meninas da LIMC (Fotos: Divulgação)
 

A Liga de Iniciação de Meninas na Ciência (LIMC), projeto desenvolvido no Centro de Educação Científica do IEMA de Caxias, ultrapassou as fronteiras do Maranhão e foi apresentada em São Paulo, no Mergulho na Ciência, realizado pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP). A professora Débora de Cássia Gomes Cruz, uma das coordenadoras da LIMC, participou como convidada do Mergulho na Ciência e compartilhou o trabalho desenvolvido no CEC/Caxias.

“O Mergulho na Ciência é um evento de quatro dias incrível com oficinas pela manhã e à tarde. O projeto é todo coordenado por mulheres cientistas doutoras e pós-doutoras. Tivemos a oportunidade de apresentar o CEC, o IEMA e o projeto LIMC. Tudo isso foi bastante significativo, produtivo”, afirma Débora de Cássia, ao pontuar que o evento é de muito aprendizado.

“Entendemos, ainda mais, o tamanho e o significado de trazer essas meninas para a ciência, de fazer que acreditem de fato em tudo o que podem fazer através da educação e da ciência.”

Débora de Cássia conta que a Universidade de São Paulo e a Universidade Federal do Rio de Janeiro já desenvolvem trabalhos que incentivam a participação da mulher na ciência. A professora diz que foi por conta da proximidade desses trabalhos que recebeu o convite.
“O que a gente faz é para além da ciência, é a ressignificação do papel da mulher no cotidiano, na vida diária como um todo. Fomos a São Paulo com o objetivo de compartilhar nossa experiência.”

Cerca de 200 alunos estudam no Centro de Educação Científica, que desenvolve duas oficinas: a de história e a de robótica. De acordo com a escola, tudo começou quando os professores perceberam que a diferença entre o número de meninos e meninas matriculados é muito grande, e que ainda há na sociedade o estigma de que a ciência não foi feita para a mulher, que tem de se voltar para a área de humanas. A ideia da LIMC é tornar as meninas multiplicadoras da ressignificação do papel da mulher na sociedade e promover a inserção delas na ciência. Setenta e três meninas participam da LIMC.

“Alguém pode pensar que isso está bem distante da ciência, mas não está. Nossas meninas sofrem todo tipo de sorte social. Vêm de circunstância adversas onde não se aceitam, não se reconhecem como capazes, onde ser mulher é realmente ser diminuída. Então, antes de serem inseridas no espaço da ciência, precisamos ressignificar esse olhar, fazer que se enxerguem de outra forma para se sentirem capazes, seguras de si mesmas e se inserir em qualquer espaço da ciência”, explica a professora.

O reitor do IEMA, professor Jhonatan Almada, enfatiza que o Instituto está em sintonia com todas as instituições que têm por desfio encurtar a distância entre as meninas e a ciência. “Um dos grandes desafios para a ciência hoje no mundo é garantir maior equidade, garantir que mais meninas e mulheres seja cientistas, estejam presentes e reconhecidas no processo de construção do conhecimento. O IEMA está fazendo a sua parte para que mais meninas maranhenses possam enxergar na carreira científica um caminho para a realização dos seus projetos de vida.”

Termo de referência

A professora Débora de Cássia Gomes Cruz, que coordena o projeto LIMC, afirma que tudo começa com o termo de referência (TR) previamente definido. Cada TR é discutido coletivamente entre meninos e meninas que vão construir, ressignificar, o sentido desse TR.

Professora Débora com grupo de cientistas

(Foto: Divulgação)

Nas conversas, os alunos contam suas experiências sobre determinado TR, criam hipótese e, a partir daí, buscam, cientificamente, as reverberações desse termo. Meninos e meninas constroem diários a partir de TRs. O grupo leva para a sala de aula os diários que, em uma nova roda de conversa, são rediscutidos. A abordagem do termo dá origem ao núcleo de sentido (NS), ou seja, o TR passa a ter novo sentido e é transformado em ação.

“Temos realizado ações no sentido de discutir temáticas relevantes para definir o papel da mulher na sociedade. Algumas dessas temáticas são a profissão da mulher, os direitos que conquistou ao longo da história, violência, preconceito. A gente sai, realiza visita, recebe psicólogos, profissionais de saúde para conversar sobre a sistemática das meninas.”

Para a professora, o projeto tem alcançado seu objetivo, pois de imediato muda o comportamento das meninas, que chegam ao CEC muito fechadas, de cabelo preso, não se apresentam para fazer as coisas. Algumas das que são negras não se aceitam. “Quando a gente começa a trabalhar essa ressignificância, elas mudam, entendem que os irmãos têm as mesmas responsabilidades que elas, que não é justo só elas trabalharem em casa, passam a gostar de matemática, física, química, robótica… passam a se interessar por pesquisa e mudam a postura.”

Lançado em fevereiro, o projeto será encerrado em outubro, com a culminância, que será marcada por uma palestra onde as meninas serão as propositoras para outras meninas de escolas da comunidade. A ideia é que dividam o que adquiriram de conhecimento e autoconhecimento com outras meninas.

“Durante o Mergulha na Ciência, muitas cientistas esboçaram o desejo de virem ao Maranhão no período da culminância, querem conhecer ainda mais o projeto, participar, entender, ver a realidade que a agente trabalha. Estamos organizando o programa da culminância”, conclui Débora.

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